A intolerância ao glúten, também conhecida como sensibilidade ao glúten não celíaca, é uma condição em que o organismo tem dificuldade em digerir o glúten, uma proteína encontrada em trigo, aveia, cevada e centeio. Por outro lado, diferente da doença celíaca, a intolerância ao glúten não envolve uma resposta autoimune ou alérgica. Os sintomas mais comuns incluem desconforto abdominal, inchaço, diarreia, fadiga e dores de cabeça.
No Brasil, estima-se que aproximadamente 1 milhão de pessoas sofram de intolerância ao glúten, embora o número exato seja difícil de determinar devido à subnotificação e diagnósticos incorretos. A doença pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em bebês e crianças que estão começando a introduzir novos alimentos na dieta.
Sintomas comuns da intolerância ao glúten
A intolerância apresenta uma variedade de sintomas, que muitas vezes se confundem com outras condições de saúde. Por isso, é importante ficar atento aos principais sintomas que incluem:
- Problemas digestivos: A intolerância ao glúten causa frequentemente inchaço, gases, diarreia ou constipação após a ingestão de alimentos que contêm glúten.
- Dor abdominal: Muitas pessoas relatam dor abdominal crônica que varia de leve a severa.
- Fadiga: Sentir-se constantemente cansado e sem energia, mesmo após uma noite completa de sono, pode indicar intolerância ao glúten.
- Dores de cabeça: Em alguns casos, pessoas sensíveis ao glúten podem apresentar dores de cabeça e enxaquecas frequentes.
- Problemas de pele: Eczema, erupções cutâneas e dermatite herpetiforme (uma condição específica relacionada ao glúten) surgem com frequência.
- Dores nas articulações e músculos: Inflamações e dores inexplicáveis nas articulações e músculos são comuns.
- Sintomas neurológicos: Tontura, sensação de estar “com a cabeça nas nuvens” e problemas de concentração também ocorrem.
Diagnóstico da intolerância ao glúten
Identificar a intolerância ao glúten envolve um processo meticuloso, que geralmente começa com a exclusão de outras condições. Ela apresenta características semelhantes à doença celíaca, porém os testes sorológicos são negativos e a biópsia intestinal é normal. As etapas mais comuns incluem:
- Histórico clínico e exame físico: Um médico deve revisar o histórico clínico completo e realizar um exame físico detalhado.
- Dieta de eliminação: O paciente deve seguir uma dieta de eliminação, removendo completamente o glúten da alimentação por várias semanas e, posteriormente, reintroduzindo-o para observar se os sintomas retornam.
- Testes laboratoriais: Exames de sangue podem excluir a doença celíaca e a alergia ao trigo. Isso inclui testes para anticorpos específicos, como anti-transglutaminase (tTG) e anti-endomísio (EMA).
Tratamento
O principal tratamento para a intolerância ao glúten consiste em seguir uma dieta rigorosa livre de glúten. Ou seja, evitar todos os alimentos que contêm trigo, cevada, centeio e seus derivados. Alimentos comuns que contêm glúten incluem pão, massas, bolos, cervejas e muitos alimentos processados. Além disso, é crucial ler os rótulos dos produtos alimentícios e ser cauteloso com a contaminação cruzada em restaurantes e cozinhas.
Por fim, saber identificar e diagnosticar a intolerância ao glúten pode ser desafiador devido à variedade de sintomas que se sobrepõem com outras condições. No entanto, a conscientização e o entendimento dos sintomas, combinados com uma abordagem sistemática ao diagnóstico, ajudam muitas pessoas a encontrar alívio e melhorar sua qualidade de vida. Se você suspeita que possua intolerância ao glúten, recomendamos buscar orientação médica.